Cemitério públicos. Um modelo ultrapassado e problemático do ponto de vista ecológico
Os cemitérios publicos tem na sua maioria a pratica do sepultamento em terra, antigos e construidos sem nenhum planejamento ambiental, hoje temos além do risco da contaminação causada por cadaveres, a má localização e o precário estado de conservação dos tumulos, o que contribui com as dificuldades na sua gestão.
Como cada corpo ocupa cerca de 2,3 metros quadrados, com o tempo, a destinação dos restos mortais vem a ser uma questão que ganha cada vez mais contornos dramáticos nas grandes cidades. Fato deverasmente grave que muito tem a ver com impactos ambientais diversos.
As dificuldades
Quando acontece a não decomposição dos corpos, através da ocorrencia natural de fenomenos como a saponificação (o corpo não se decompõe e fica com aspecto de sabão) e isso acontece em locais de solo arenoso e de boa drenagem, torna se o maior problema. Sem decompor convenientemente, esses cadáveres se tornam empecilho à harmonia e equilíbrio ambiental, pois não permitem a liberação do tumulo para reutilização, o que alarga e complica em muito a oferta de áreas destinadas a cemitérios.
Um corpo de aproximadamente 70 quilos perde até 30 quilos em forma de necrochorume e se o terreno do cemiterio estivem proximo o lençol freático esse material pode viajar pela água e contaminar os vivos com um série de doenças.
Mas o que fazer com os cemiterios ja existentes no sistema tradicional antigo? – Isso tem sido motivo de muita discução e polemica, como o caso de Curitiba onde a vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) discute o projeto que pretende instituir o uso de invólucros ou mantas funerárias em cadáveres, com o objetivo de evitar que o líquido de coliquação atinja os lençoes freáticos. Metodo que pode melhorar mas ainda tem se mostrado ineficiente para evitar totalmente a contaminação do solo e seu aquiferos.
Resultado da decomposição
O necrochorume é formado por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias tóxicas degradantes, tais como a putresina e a cadaverina, além de fungos, vírus, bactérias, hormônios, antibióticos, quimioterápicos, isto é, tudo que o corpo foi armazenando ao longo de sua existência. Tal composto contamina o caixão, a sepultura, o solo e os aquíferos freáticos. Essa situação foi responsável, por exemplo, pela epidemia de febre tifoide que ocorreu em Paris, no século XVIII.
O que diz as normativas
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), criou as resoluções: 335/2003 e 368/2006 e 402/2008, estabelecendo critérios para a implantação de cemitérios, visando proteger os lençóis freáticos da infiltração do necrochorume, e impôs um prazo para que cemitérios já implantados se adequassem às novas regras.
E desde então, a construção dos cemitérios deve seguir as especificações e critérios estabelecidos por essas resoluções, além de serem monitoradas pelos órgãos competentes.
As irregularidades
A OMS, Silva (1998) realizou uma pesquisa em mais de 600 cemitérios brasileiros (públicos e privados) e constatou que cerca de 75% desses cemitérios estavam repletos de negligências e irregularidades, o que acarretou em diversos problemas ambientais e sanitários
Essa questão tem sido motivo de muitas pesquisas e tentativas, que foram desde a intenção da impermeabilização do fundo das sepulturas ou o caixão, forrado por fora com manta de tecido especial, mas isso não foi de certa forma eficiente o suficiente para conter a contaminação.
Varios projetos de novos cemiterios tiveram que mudar de endereço depois da resolução do Conama. Uma tentativa foi a construção de crematorios em varias cidades mais populosas. Mas a cultura do sepultamento é muito forte em nosso país, e para que tenhamos um numero razoavel de cremações demandariam um longo tempo para que a concientização das pessoas fossem mudando e assim o numero fosse consideravelmente alto, a ponto de desafogar os cemiterios.
Cemitério Vertical
A saida mais plausivel para sepultamentos são os cemitérios verticais, que por sua vez não polui o meio ambiente e mantem a nossas aguas seguras de não haver a contaminação. Alguns cemiterios com esta tecnologia passaram a ser contruidas nos anos de 90 mas somente agora começa a tomar vulto devido a eficacia comprovada do sistema. Para um país que sempre sepultou seu familiares, esta opção passou a ser mais aceita por aqueles que querem manter a tradição de sepultar.
Neste modelo as gavetas podem ser distribuídas em sete andares o que aproveita em muito o espaço e o material utilizado tem durabilidade superior a 50 anos. As peças não possuem emendas, são únicas, tendo como matéria-prima a fibra de vidro e garrafa pet. Cada túmulo construído equivale a 167 garrafas a menos no meio ambiente.
Assim, como as gavetas não possuem nenhum poro, por consequência, não há vazamento de líquidos oriundos da deterioração dos corpos, evitando, deste modo, a passagem de gases para o local de circulação de funcionários e visitantes.
O sistema rotativo soluciona a necessidade de novas sepulturas com o passar do tempo, visto que, os corpos permanecem nas gavetas por três anos, no processo de decomposição, e, então, são redirecionados para o ossuário.
Ainda nesse contexto, uma cabine, acoplada às gavetas, guarda o Módulo mecanizado eletronicamente que monitora a pressão, a temperatura e a umidade de cada túmulo. Neste espaço também está localizado o sistema de tratamento de gases.
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