A morte é um fenômeno natural que todos vão passar um dia

Difícil de encarar pela maioria das pessoas, afinal a morte significa o término de um ciclo muito marcante na vida das pessoas. Trata-se de um fenômeno natural que todos passarão. É certo que esse dia chegará, felizmente não podemos precisar o momento exato. Essa imprecisão, aliada à incerteza do que encontraremos adiante, a dúvida sobre a possível continuidade de alguma forma de vida, causa-nos medo e insegurança.
Contudo, cada pessoa apresenta uma reação de acordo com suas próprias vivências e formação cultural. Nesse contexto, o conceito de morte é relativo (depende do desenvolvimento psíquico e situação afetiva de cada pessoa), é complexo e mutável, depende do contexto situacional.
Nos hospitais os cuidados com os casos de óbitos são bastante importantes para que o agente funerario possa concluir o trabalho de apoio e auxilio as famílias enlutadas
Entendendo os procedimentos
Cuidados com corpo pós-morte são os cuidados após a constatação médica de óbito. Após essa constatação, a enfermagem deve colocar o corpo do falecido em posição horizontal e começar os procedimentos para preparar o corpo antes que ocorra a rigidez cadavérica.
Cada instituição segue alguns procedimentos específicos para atender o indivíduo depois da morte.
O Código de ética dos profissionais de Enfermagem (Resolução COFEN nº 311/2007), em sua Seção I, das relações com a pessoa, família e coletividade; das responsabilidades e deveres dos profissionais de enfermagem, afirma
Respeitar o pudor, a privacidade e intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
Estudar as concepções culturais do processo saúde-doença-morte nas diferentes sociedades pode possibilitar aos profissionais de enfermagem compreender seus próprios valores e crenças diante do processo de morrer e da morte bem como suas atitudes e ações relacionadas com as questões do cotidiano que influenciam na sua vida pessoal e profissional.
Os profissionais são freqüentemente expostos a situações de enfrentamento da morte de pessoas sob seus cuidados, sobretudo aqueles que atuam em serviços hospitalares. Apesar desse confronto com a morte no seu cotidiano de trabalho, esses profissionais encontram dificuldade em encará-la como parte integrante da vida, considerando-a, com frequência, como resultado do fracasso terapêutico e do esforço pela cura.
Há uma necessidade que os profissionais têm então, de quebrarem o silêncio e ousarem falar de suas dores, medos, do luto que deve ser elaborado, a fim de que suas demandas sejam atendidas e o melhor cuidado seja oferecido. É importante que eles se permitam entristecer e não se sintam culpados.
Quando paramos para pensar sobre o que se é permitido sentir o profissional enfermeiro a cerca da morte, vem o questionamento quanto ao comportamento que deve ser assumido frente ao paciente que morre e a família, pondo dúvidas em torno do cuidar com respeito.
Os profissionais de saúde acabam criando mecanismos de defesa que os auxiliam no enfrentamento da morte e do processo de morrer. Por serem preparados para manutenção da vida, a morte e o morrer em seu cotidiano, suscitam sentimentos de frustração, tristeza, perda, impotência, estresse e culpa. Em geral, o despreparo leva o profissional a afastar-se da situação
Como um mecanismo de defesa e proteção contra o sofrimento, o processo de morrer e morte passa a ser visto como banal, sendo o distanciamento e endurecimento das relações frente à morte e ao paciente terminal algo tornado natural e considerado comum e rotineiro.
Cuidados paliativos no caso de pacientes que correm risco de morrer
Esses cuidados têm início com uma conversa clara com o doente e seus familiares falando sobre a impossibilidade de cura.
Quando bem esclarecido as causas da morte permite que as pessoas mais queridas vivam juntas ao processo de luto e se preparem para a despedida. A informação clara sobre a morte permite ajustar as próprias expectativas sobre o atendimento de saúde e assumir maior controle sobre as decisões em relação a ele. Se não há perspectiva de cura, é possível optar por não ter a vida prolongada por meio de métodos invasivos (como a respiração mecânica), escolher não operar o coração de uma pessoa idosa que permanecerá seus últimos dias presa a uma cama de hospital, ou decidir manter o paciente em casa para que morra em um ambiente que conhece e próximo àqueles que ama.
Quando se trata de melhorar a qualidade de vida de pacientes terminais, é possível fazer muito. Para a pessoa que está doente, descobrir que há formas de diminuir a própria dor significa muitas vezes retomar o controle sobre o próprio tratamento.
Avaliação sobre a qualidade da morte em vários países realizada em 2015 pela Economist Intelligence Unit
Dos 80 países avaliados, o Brasil ficou na 42a posição. Na América Latina, o Chile ficou em 27° lugar, a Argentina em 32°, o Uruguai em 39° e o Equador em 40°.
Para a organização do ranking foram utilizados dados oficiais, pesquisas e entrevistas com profissionais da área. Para o estudo do Brasil, a consultoria ouviu Maria Goretti Salles Maciel, presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).
Segundo ela, embora a situação dos Cuidados Paliativos no país ainda esteja muito aquém do ideal, o Brasil melhorou desde o último índice, divulgado em 2010, que colocava o Brasil em 38° posição numa lista de 40 países avaliados.

Gostou de ficar sabendo?
Receba outras notícias no seu E-mail e WhatsApp