A ação batizada de “Ressurreição” foi deflagrada em Curitiba e mais quatro cidades da região metropolitana do Paraná.
A Polícia Civil deflagrou uma operação para desmantelar uma quadrilha suspeita de aplicar golpes para obter o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículo Automotor (DPVAT) e driblar o rodízio de empresas funerárias em Curitiba.
A ação foi batizada de “Ressurreição” e foi deflagrada em Curitiba, quatro cidades da região metropolitana e em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais.
Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária, 14 de busca e apreensão e três de condução coercitiva, que é quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco ou convertida para preventiva, quando o investigado fica preso por tempo indeterminado.
Até as 9h, 12 pessoas tinham sido presas, uma delas em fragrante, e uma estava foragida.
Segundo a polícia, o esquema criminoso funcionava basicamente com a ajuda de funcionários do IML, que eram pagos pela quadrilha para fornecerem informações antecipadas e privilegiadas de vítimas de acidentes de trânsito ou de mortes naturais. Com as informações, os criminosos chegavam ao local antes da equipe do IML e enganavam os familiares para assinarem uma procuração que facilitava a abertura do processo para a obtenção do DPVAT.
Para tal atuação, os criminosos se passavam por funcionários do IML, da polícia e até do exército, conforme a polícia.
“A quadrilha arquitetou um plano para aliciar os familiares das pessoas mortas, obtendo delas procurações para que entrassem com o seguro DPVAT – que pode chegar até R$ 13,5 mil. Uma pequena parte era repassada para a família enquanto que o restante ficava com os criminosos”, explicou o delegado do Nurce, Renato Basto Figueroa.
Entre os alvos da operaçao estão um médico de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), empresários, funcionários públicos do IML e agentes funerários, segundo a polícia.
Figueroa informou ainda que o grupo passava dias e madrugadas atrás de corpos de vítimas de acidentes de trânsito ou de morte natural e que pagava cerca de R$ 700 para funcionários do IML para obter as informações privilegiadas dos óbitos.
A quadrilha chegou a fraudar documentos do local de morte e até mesmo de produzir um atestado de óbito de uma pessoa que está viva, segundo a polícia. Esse último fato foi o que originou o nome da operação.
Um funcionário de uma funerária de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi detido nesta terça-feira (26) suspeito de falsificar um atestado de óbito com o nome do próprio pai, para receber uma indenização do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículo Automotor (DPVAT).
“Na verdade, não foi a primeira vez que esse tipo de situação ocorreu. Ao longo das investigações, nós descobrimos outros dois casos de filhos que tentaram aplicar o golpe do DPVAT usando o nome do pai”, explicou o delegado Renato Basto Figueroa.