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Setembro o mês de combate as mortes por suicídio

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Brasil tem mais de 30 internações ao dia por tentativa de suicídio

Dado é da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede)

Os números oficiais são do ano de 2023, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 11.502 internações decorrentes de lesões com intenção deliberada de autolesão, resultando em uma média diária de 31 ocorrências. O total representa um crescimento superior a 25% em comparação com os 9.173 casos registrados em 2014, quase uma década antes. A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Quando a causa morte é suicídio, familiares e amigos se vem em uma condição estressante devido a dificuldade de entendimento do fato, por que a pessoa cometeu suicídio. Um suicídio muitas vezes nos leva a se rebelar contra Deus ou o destino, aumentando o trauma, podendo desencadear um quadro de depressão profunda.

A evolução dos números registrados por regiões

A análise regional das internações por lesões autoprovocadas mostra diferenças entre os estados do Brasil. Para a associação, em alguns casos, houve “um crescimento alarmante”. Por exemplo, Alagoas registrou o maior crescimento percentual de 2022 a 2023, com um aumento de 89% nas internações. Em termos absolutos, o número de casos aumentou de 18 para 34 durante o período.


Segundo a entidade, a Paraíba e o Rio de Janeiro também se destacam, com crescimentos de 71% e 43%, respectivamente. Em contrapartida, estados como São Paulo e Minas Gerais, embora apresentem números absolutos elevados — 3.872 e 1.702 internações, respectivamente, em 2023 —, observaram aumentos percentuais menores, de 5% e 2%, respectivamente.

O perfil dessas pessoas

Segundo a associação, há uma diferença considerável entre os sexos no perfil de pacientes hospitalizados devido a lesões autoprovocadas. De 2014 a 2023, o total de internações femininas subiu de 3.390 para 5.854. No caso dos homens, o número total de internações diminuiu, passando de 5.783 em 2014 para 5.648 em 2023.

No que diz respeito à faixa etária, o grupo mais afetado em 2023 foi o de 20 a 29 anos, com 2.954 internações, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos, com 1.310 internações. “A vulnerabilidade de jovens adultos e adolescentes é evidenciada pelos números, que, juntos, constituem uma parte considerável das tentativas de suicídio”, analisou a entidade.

As internações por lesões autoprovocadas em indivíduos com 60 anos ou mais totalizaram 963 casos no ano de 2023. Outro dado importante é o crescimento das internações de crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 14 anos. Em 2023, foram registrados 601 casos, quase o dobro do registrado em 2011, quando houve 315 internações.

Segundo a Abramede, mesmo que o atendimento inicial a esses casos exija um “foco técnico”, é fundamental que a abordagem também considere a detecção de indícios de fragilidade emocional, a fim de proporcionar um suporte integrado. A entidade considera que uma resposta rápida e humanizada pode impactar positivamente o prognóstico desses pacientes, além de contribuir para a prevenção de novos casos.

 

Morte por suicídio é a segunda maior causa de morte de mulheres jovens. Com base em atestados de óbito de mulheres de 15 a 29 anos.  Entre as principais causas do suicídio estariam os transtornos mentais.

De acordo com estatísticas, para cada 1 suicídio, há entre 10 e 20 tentativas. Isso significa que quem tenta tirar a própria vida, mas não consegue, vai tentar de novo, ficando cada vez mais vulnerável. Uma tentativa de suicídio é o maior preditor de uma nova tentativa. Caso isso aconteça, a pessoa deve receber auxílio médico imediato.

É possível Prevenir

A discussão do assunto é uma das formas mais eficientes de prevenção. Por isso é importante dar atenção aos transtornos mentais e não tratá-los como tabu, já que, em 85% dos casos de suicídio, um tratamento poderia ter evitado que o pior acontecesse.

Sinais que indicam tendência suicida

  • Apresentar sinais de depressão, mesmo que não assuma, ou dizer o tempo todo que está deprimida, mesmo que não aparente.
  • Ter esquizofrenia, que leva a delírios, alucinações e comportamento desorganizado.
  • Transtornos de humor e/ou personalidade, como bipolaridade.
  • Usar drogas ou álcool em excesso, o que aumenta a impulsividade e, com isso, o risco de se matar.
  • Dizer com frequência que está pensando em desistir, que não consegue continuar.
  • Apresentar sentimento de culpa, ódio por si mesmo, se sentir sem valor ou com vergonha.
  • Ter passado por uma perda importante, como morte ou separação.
  • Ansiedade, pânico, mudanças nos hábitos alimentares e no sono.
  • Comportamento retraído e inabilidade para se relacionar com familiares e amigos.
  • Sentimentos de solidão, desesperança e impotência.
  • Doenças físicas crônicas que são limitantes ou dolorosas demais.
  • História anterior de tentativa de suicídio.
  • Escrever cartas de despedida ou organizar documentos e testamento.

A maioria das pessoas que se suicidam apresenta depressão, mas nem todos que têm depressão, mesmo grave, vão se suicidar. De fato, apenas 15% das pessoas com depressão grave tiram suas próprias vidas.

Para cada 1 suicídio, há entre 10 e 20 tentativas. Isso significa que quem tenta tirar a própria vida, mas não consegue, vai tentar de novo, ficando cada vez mais vulnerável. Uma tentativa de suicídio é o indicio de uma nova tentativa. Caso isso aconteça, a pessoa deve receber auxílio médico imediato e principalmente apoio da família.

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