Os preços do serviço funerário na Venezuela aumenta e prejudica a população

Diante das dificuldades econômicas na Venezuela, oferecer o último adeus de forma digna com um custo compatível com a econômia do país, requer manobras e muita criatividade. O empresario Elio Angulo de Barquisimeto a 365 km ao sudoeste de Caracas capital da Venezuela, apostou na urna de papelão corrugado, como opção de urna para sepultamento. Feito com 70% de produto reciclado
A tradição nesta região são as urnas feitas de latão. Mas ultimamente das trinta fábricas de urnas funerárias existentes no país, consumidora de 450 toneladas de latão mensalmente, tem seu abastecimento pela Indústria Siderúrgica, prejudicada e insuficiente para demanda, obrigando aos empresários buscar alternativas o que na maioria das vezes o custo acaba ficando mais alto. Declara Juan Carlos Fernández, diretor da Câmara Nacional de Empresas Funerárias.
Um caixão de latão custa entre 85 mil e 120 mil bolívares, um de MDF ou papelão de 55 mil a 80 mil. “Esse é o mais econômico e ninguém descobre que não é de madeira ou é de segunda, porque muda-se dentro e às vezes pode pintar novamente”, diz Martínez, que cobra 25 mil bolívares por caixão.
“Antes da crise um serviço funerário custava 4,5 mil bolívares, e agora o mais em conta é 280 mil, podendo chegar a 400 mil, 600 mil. É mais caro morrer do que estar vivo”, manifesta
Considerando o salário mínimo mensal de 33 mil bolívares, os custos dos serviços funerários preocupam uma população já afetada pela escassez de alimentos e pela inflação mais alta do mundo – oficialmente 180,9% em 2015, projetada para 720% para 2016.
Muitos parentes fazem malabarismos para lidar com os gastos de um funeral: e preferirem a cremação para não pagar uma cova no cemitério, o velório se reduz de 24 a oito, quatro ou duas horas. Alguns contratam somente o “serviço direto” para o crematório ou túmulo, e há famílias que alugam o caixão apenas para o velório.